06.  ╱ segunda essência.

⚠️ +18 : conteúdo adulto

OS OLHOS DE NIA SE ESTREITARAM, incomodados pela luz do sol que atravessava as cortinas finas do quarto naquela tarde. Um desconforto no abdômen a fez gemer de dor, levando a mão instintivamente até o curativo e sentindo o peso dos cobertores sobre si.

Ela não conseguia entender como ainda estava viva, como seu corpo resistiu depois de perder tanto sangue, depois que as lâminas haviam se enfiado tão fundo na sua carne. Se tivessem ido um pouco mais fundo, talvez não tivesse sobrevivido. Mas, infelizmente, ali estava ela, presa ao passado e com dificuldades para se mover.

Com muito esforço, apoiando-se na mesa de cabeceira e nas paredes, Nia conseguiu se levantar. Seu corpo inteiro protestava, cada músculo e articulação doendo por causa dos ferimentos. Ao se olhar no espelho atrás da porta, viu que vestia uma camisa preta grande e uma cueca que parecia servir como calção. Tinha quase certeza de que aquelas roupas eram de Diego. Mas, pelo jeito como a noite terminou, devia ter sido Cinco que fez os curativos e a vestiu.

Quando finalmente abriu a porta, quase saltou de susto ao ver o garoto do outro lado, a mão já levantada, prestes a girar a maçaneta. Um meio sorriso se formou em seus lábios, mas ele a olhou sem reação, embora ela pudesse ver o alívio que atravessava seus olhos azuis.

― Você está viva... e acordada ― murmurou Cinco, afastando-se para lhe dar passagem. Nia assentiu com dificuldade. ― Como se sente? Meu curativo não é dos melhores, mas me certifiquei de que nenhum órgão importante foi perfurado

― Normalmente você não se importa com as pessoas, isso é novidade pra mim ― comentou Nia, levando a mão ao abdômen ao sentir uma fisgada ao dar mais um passo. ― Sabe onde estão minhas roupas? E espero que não tenha sido você quem me vestiu.

― A maluca me ajudou e garantiu que eu não te tocasse além do necessário, satisfeita? ― respondeu Cinco, recebendo um aceno dela. ― Suas roupas estão dobradas, e eu limpei as facas. Estão na lavanderia, lá no fundo.

Sem dizer mais nada, Nia apenas assentiu e começou a caminhar descalça pelo assoalho que rangia, em direção à lavanderia. Mas antes que pudesse continuar, Cinco a interrompeu:

― O que acha que está fazendo?

― Preciso encontrar nosso querido pai antes que ele venha atrás de nós e termine o trabalho ― retorquiu Nia, com seriedade. Quando ela tentou passar por Cinco, ele, com apenas dois dedos, pressionou o local machucado em seu abdômen. ― Filho da p... por que você fez isso?!

― Eu tenho quase certeza de que, desse jeito, você não passa nem pela porta de entrada, Nia ― observou Cinco, dando um sorriso sem mostrar os dentes, enquanto ela revirava os olhos, ponderando. ― E o Diego está em melhor estado que você neste momento.

― Já era de se esperar ― murmurou ela, parando no meio do caminho. Cinco franziu o cenho, confuso, ao vê-la unir as sobrancelhas em uma expressão pensativa. ― Ontem... aconteceu algo muito estranho enquanto estávamos enfrentando Reginald.

Ah! Não brinca ― Cinco ironizou. Ela apenas o encarou seriamente, e ele revirou os olhos antes de gesticular para que continuasse.

Enquanto caminhavam com dificuldade até a sala, Nia se apoiava na parede, e Cinco ofereceu seu ombro como apoio, ajudando-a a se sentar no sofá. Ele se colocou à sua frente, sentando-se na mesa de centro, observando-a com atenção.

― Reggie parecia não nos reconhecer, mas ao mesmo tempo, parecia saber algo sobre nós... Não consigo explicar direito. Eu tive a sensação de que ele não sabia quem éramos, mas entendia o que somos ― Nia refletiu, enquanto Cinco franziu o cenho, pensativo. ― Se esse Reginald não é o nosso, como explicar ele ter me chamado de 'desperdício'? O que exatamente eles esperam de mim que eu ainda não tenho?

― Talvez seja algo relacionado às habilidades que você ainda não descobriu ou desenvolveu. Eles provavelmente esperam algo maior de você ― Cinco sugeriu com uma calma incomum. ― Desde que viemos para cá, algo mudou no que você faz? Ou na noite passada?

Nia ponderou. Havia muitas coisas de que se lembrava, mas não conseguia identificar uma nova habilidade se manifestando. No entanto, ao cruzar olhares com Cinco, ela soltou um riso incrédulo.

― Ontem, antes de Reggie ir embora e nos deixar lá, achei que tinha gritado, e por isso ele parou para me observar, mas... não foi isso que aconteceu ― Nia começou a juntar as peças, atraindo o interesse de Cinco. ― Eu entrei na mente dele, Cinco... algo que nunca consegui fazer antes. Não em Reginald.

Cinco assentiu, ainda confuso, tentando processar a situação. A calma excessiva dele a perturbava, e Nia não desviou o olhar até que ele finalmente a encarasse. Ele analisou seu rosto com uma intensidade que ela não estava acostumada a ver nele.

― Tente ― disse ele, se levantando e puxando as mangas do terno até os cotovelos. ― Tente entrar na minha mente, mas... só isso.

Nia concordou. Permaneceu sentada, respirou fundo e segurou o ar por alguns segundos antes de soltar, tentando relaxar e focar. Quando seus olhos se fixaram nos de Cinco, ela começou a ouvir murmúrios ao redor, como se várias pessoas estivessem no mesmo cômodo com eles. De repente, flashes de memórias de Cinco nos corredores da Umbrella, discutindo com Reginald, invadiram sua mente.

Um formigamento tomou conta das pontas de seus dedos, que começaram a escurecer, quase como se estivessem necrosando. Quando olhou novamente para Cinco, viu uma luz em seu peito, como se fosse algo tocável, mas que não possuía substância. Estavam energizados, mas não pela mesma força que os tornava quem eram.

Nia sentiu uma dor aguda nos ferimentos, e tudo ao seu redor silenciou, assim como a luz no peito de Cinco desapareceu, e seus dedos voltaram ao normal.

― Não faço ideia do que isso significa ― disse ela, arfando, com a mão sobre a região dolorida. ― Mas isso não acontecia antes... é completamente novo.

― Só senti como se algo estivesse sussurrando no meu ouvido, e então vi você, segundos antes de chegar em Dallas ― respondeu Cinco, apoiando os cotovelos nos joelhos e a observando de perto. ― Isso tudo é estranho até mesmo para mim que já vi de tudo.

― E isso é só o começo de alguma coisa ― ela murmurou. ― Eu cheguei aqui inteira, mas já estou me tornando parte dessa família disfuncional.

― Talvez seja por isso que o papai soube de você ― ele disse, deixando escapar uma risada.

Nia arqueou as sobrancelhas, surpresa ao ver Cinco deixar de lado, por um momento, sua arrogância habitual. Era um Cinco que nem os irmãos dele, provavelmente, conheciam. Ela riu e ameaçou dar um pontapé nele, mas ele se teletransportou antes, voltando logo depois com uma xícara de café nas mãos.

Cinco tomou um gole, pensando em todas as informações que tinham reunido, e olhou para Nia. Quando seus olhares se cruzaram, ela franziu as sobrancelhas.

― Se me olhar assim de novo, eu enfio essa caneca em um lugar que você não vai querer saber qual ― ela riu, e ele também.

― Isso é claramente algo que eu diria pro Diego ou pro Luther ― Cinco comentou, dando de ombros enquanto caminhava pela sala. ― Você acha que existe alguma chance de sermos versões diferentes um do outro?

― Temos algumas coisas em comum, mas não... eu nunca vestiria terno. ― Nia revirou os olhos e apoiou a cabeça no sofá. ― Estamos pensando demais em perguntas que talvez nunca tenham respostas... seria bom parar de fritar o cérebro, Cinco.

― Você consegue ler a mente de qualquer pessoa?

― Não, não é bem assim. Sua mente tem que estar aberta ou fragilizada ― Nia explicou, observando Lila mexer no armário, fingindo procurar algo enquanto ouvia a conversa. ― Se estiver fragilizada, a mente fica completamente aberta pra mim, e foi provavelmente o que aconteceu ontem com Hargreeves.

― E aposto que ele deve ter te ensinado isso da pior maneira possível quando começou a treinar você ― Cinco comentou, notando Nia assentir. ― Pelo que papai nos ensinou, quando somos colocados em situações extremas, nossos poderes podem se fragmentar ou sair de controle, mas ele parece ter treinado você muito bem para lidar com isso. Você não me parece o tipo que já perdeu o controle.

O sorriso que brincava nos lábios de Nia desapareceu devagar enquanto seus olhos fixavam em um ponto na parede, e as lembranças voltavam à tona. Todos esperavam que ela fosse o experimento perfeito de Reginald, mas havia pequenas falhas que ela mesma causou, e isso explicava o desinteresse dele. Ela sabia que, para o que ele precisava, era um desperdício.

Foi no dia 17 de janeiro de 2006, quando sua família se mudou para a Bielorrússia a pedido de Reginald. Era inverno, e apesar da neve e do frio, as aulas continuavam. A escola sempre foi um pesadelo para Nia, mas naquela época foi pior do que ela poderia imaginar. O bullying por sua aparência e a xenofobia por ser tailandesa eram insuportáveis, até que um dia ela simplesmente parou de se importar.

Nia Jittatad era a garota quieta, que sentava no meio da sala e falava pouco com os outros alunos. Não era a favorita dos professores, mesmo sendo fluente em russo, ucraniano e polonês. E havia um garoto, a quem ela odiava por tudo o que ele representava, e por muito tempo ela o chamou de 'EBIR', que significava "Estúpido. Babaca. Idiota. Rico."

Um dia, devido a uma nevasca, a turma foi liberada mais cedo, e muitos aproveitavam para patinar no lago congelado em frente à escola. Nia já entendia parte de seus poderes e os escondia de todos, especialmente a manipulação de realidade e probabilidades. Mas EBIR, com a ajuda de outros garotos, armou uma brincadeira, segurando Nia e a deixando no meio do lago congelado. Aquele dia mudou tudo.

O gelo quebrou, e Nia caiu na água congelada, batendo contra as placas de gelo enquanto lutava para respirar. Os alunos entraram em pânico, mas ao invés de ajudá-la, fugiram. Consumida pelo medo, Nia usou seus poderes, derretendo as placas de gelo e conseguindo respirar.

Ela ouviu um grito e viu que EBIR também havia caído no lago, aparentemente sem saber nadar. Ela hesitou, pensando se deveria ajudá-lo, mas foi até ele. EBIR, em sua tentativa desesperada de sobreviver, afundava Nia na água, tentando subir à superfície para respirar. Ele a afogava, e Nia não conseguia pedir ajuda. Tomada pelo medo e pela raiva, seus poderes se descontrolaram, e a água dentro do corpo de EBIR congelou, petrificando-o e fazendo-o afundar.

Quando a polícia a encontrou, Nia estava sentada na beira do lago, molhada e tremendo, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Ela o havia matado por descontrole, mas não tinha se arrependido.

― Para eu perder o controle, preciso estar com raiva, coisa que só sinto quando estou perto de você, Cinco ― ela provocou, recebendo um olhar irritado dele, que apenas deu mais um gole no café. ― Vou ver como Diego está... vem comigo?

― Não estou muito interessado nisso. ― Ele deu de ombros, caminhando em direção à cozinha. ― Tenho que investigar uma coisa primeiro.

Cinco mudou de direção, indo até onde Elliott e Lila estavam, os dois comendo cereais e conversando. Ele observou o trio por um instante, trocando murmúrios, e depois se aproximou da porta de vidro. Lila lançou-lhe um sorriso cauteloso, e ele retribuiu com um leve aceno, ainda que o olhar dela continuasse desconfiado. Nia, então, levou a mão ao trinco, abrindo as portas de vidro e revelando Diego, deitado na cama, vestindo apenas uma cueca.

Sem querer encará-lo, Nia virou-se de costas e o silêncio se instalou brevemente, interrompido apenas pelo som sutil de Diego se mexendo na cama.

― Também devo me virar? ― indagou Diego.

Nia o espreitou e ele gesticulou em direção à ela e a roupa que estava usando. Era certamente constrangedor.

― Devo supor que essa seja talvez a primeira vez que alguém te vê sem todos aqueles "aparatos"?

― Engraçadinho... não é como se você também não andasse quase o tempo todo assim ― Nia retorquiu com provocação, soltando uma breve risada. ― E você? É a primeira vez que deixa seu "garoto" em exibição para uma mulher?

Ela empurrou Diego para o lado, ocupando seu lugar no canto da cama. Número Dois desceu o olhar até a cueca que usava e pegou sutilmente o travesseiro, tapando-se.

― Você é bastante inconveniente, sabia? ― ele apertou os olhos, indignado. ― Não sei como Cinco ainda não se livrou de você.

― Ele teria que ser muito burro para se livrar de mim, sou a única que o cérebro realmente funciona aqui ― comentou ela puxando um travesseiro e se apoiando.

Por um momento ponderou sobre o que dizer.

― Quer conversar sobre o que houve ontem?

― Sobre o papai ter quase nos matado? Não, valeu.

Ambos estavam decepcionados, já Cinco parecia confuso sobre algumas coisas e não queria compartilhar.

― O que não explica é... por que tudo aquilo? Ele não poderia ter sido um pouco mais educado? Afinal, somos filhos dele!

― Vamos ser realistas. Sua família é de tudo um pouco, menos educada e normal. ― Nia olhou para ele com seriedade, enquanto Diego a observava com atenção. ― Você realmente esperava que o homem que nos transformou em ratos de laboratório fosse sorrir e acenar? ― indagou, incrédula.

Número Dois negou com pesar e ajeitou uma mecha do cabelo dela.

― Nós nem somos desta época! ― continuou Nia. ― Reginald com certeza não nos conhece e tem todo o direito de querer matar dois indivíduos armados que estão perseguindo-o.

Diego se aproximou um pouco mais, seus olhos passando por cada detalhe do rosto da tailandesa, que apenas se acomodou no lugar e o observou também.

― É, mas isso não muda o fato de que somos especiais, não é? ― ele disse, um sorriso sutil surgindo em seus lábios.

Nia sentiu um frio na barriga ao notar a intensidade do olhar dele.

― Especial? ― ela repetiu, com um meio sorriso. ― Eu não sei se seria a palavra certa.

― Por que não? ― ele se inclinou um pouco mais perto, quase desafiando-a. ― Temos nossas diferenças, mas isso nos torna únicos. E você, é mais do que apenas uma filha em uma família disfuncional.

Ela encarou seus olhos, sentindo a tensão no ar e suas respirações brevemente se entrelaçarem.

― Você realmente acredita nisso? ― perguntou, a voz um pouco mais baixa, enquanto se aproximava de Diego. ― E eu não sou parte dessa família, nem de vocês.

― Eu sei ― Diego disse, agora quase sussurrando. ― Mas acho que deveríamos explorar essas diferenças juntos.

Em um momento, Nia fitava os olhos cafés de Diego Hargreeves, e no outro não poderia pensar mais em nada, embriagada em seu beijo. Ela sentia o seu coração batendo, a pressão da seda contra a pele dela, a força dos braços dele ao seu redor, uma das mãos enterradas profundamente sobre os seus cabelos, puxando-a para mais perto.

No momento em que os lábios de Diego encontraram os de Nia, ela sentiu o quanto ele a queria e ela arfou sentindo as mãos gélidas dele explorar seu corpo de modo rude, mas que a agradava. Em um arfar pesado, ele suspirou e se inclinou contra ela, escovando os cabelos dela para trás do pescoço, seus lábios passaram pela orelha, garganta e clavícula dela que estremeceu.

― Isso está errado... ― ela murmurou entredentes, pendendo a cabeça para trás e agarrando-se aos ombros dele. ― Não deveria acontecer...

― Você fala demais.

Ainda esfregando os lábios na pele macia de Jittatad, seus dedos deslizavam sobre as fitas do decote de seu sutiã por debaixo da camisa preta. Nia havia se entregado ao prazer que corria por si e à expectativa de onde o próximo beijo de Diego iria aterrissar. Ela ofegou com ele a segurando pelas pernas, pressionando-a contra a cama, o quadril firme de Diego contra o dela. Sua boca rastejava ao longo da mandíbula até parar em seus lábios.

Seu beijo seria mais forte desta vez, atado ao desejo que ele emanava e poderia também sentir em si. A mão de Diego deslizou para o quadril de Nia. Ela sentiu um arrepio quando ele puxou o calção e sua peça íntima lentamente, mas a soltou e os dedos dele se fecharam em sua coxa firmemente, Nia pendeu a cabeça para trás deixando um suspiro escapar. As mãos de Diego afastaram as pernas de Nia lentamente, beijando as coxas firmes dela.

Diego subiu os lábios de encontro aos dela novamente. Ela arfou arqueando as costas quando o sentiu deslizar para dentro de si. Nia apertou os lençóis da cama ofegante a cada segundo, sentindo seu corpo ser preenchido, devorado, seu desejo lhe torturava e ela se entregava a ele. Movendo seu quadril, Nia segurou no pescoço de Diego que continuou, eles encostaram seus rostos e ele a escutou gemer baixo.

Nia entrelaçou as pernas na cintura dele e o sentiu, ela fechou os olhos mordendo fortemente os lábios. Por um longo tempo se mantiveram daquela forma, ela se entregando a ele em uma incontável vez, se desfazendo sobre o membro dele. Pondo Diego deitado na cama, ela subiu em cima dele, que pousou as mãos em suas coxas. Nia o beijou encaixando perfeitamente, sentindo-o morder seus lábios antes de arfar pesado. Jittatad mexeu o quadril de modo sensual, prendendo os cabelos para trás, movia-se separando os lábios sentindo Diego embaixo de si.

A posição fez com que os dedos dos pés dela se curvassem, e a forma como ela se afundou e se levantou repetidamente arrancava gemidos pesados de Número Dois. Ele apertou a cintura dela, acelerando os movimentos enquanto admirava Nia entregando-se ao prazer. Diego sentiu as mãos dela apertarem seus ombros e os gemidos dela aumentarem quando observou suas sobrancelhas se franzirem. Ele segurou firmemente seus quadris e empurrou com força, incapaz de se conter.

Conforme continuaram, Diego manteve os ritmos elevados até que chegasse ao seu ápice, soltando um pequeno xingamento em espanhol ao ouvido de Nia, que apenas riu. Eles se deitaram lado a lado, e ela apenas apoiou o rosto ao peito dele, escutando seu coração acelerado.

― Não deveria acontecer? ― ele perguntou com um tom desacreditado em meio a um riso enquanto se recordava do que ela havia lhe dito. ― Afinal, parece que você sente alguma atração por mim, porquê eu duvido que isso teria acontecido com alguém mais.

Nia soltou uma risada, erguendo o rosto para ele.

― Não me faça nunca mais te olhar ― ela disse, antes dele vira-lá e deita-lá na cama, seus rostos próximos. Nia deixou um sorriso escapar. ― O que está fazendo, Diego?

― Vamos só assinar os termos de que quando voltarmos para casa...

Nia o interrompeu com seu dedo sendo colocado aos lábios do Hargreeves, que apenas deu um sorriso frustrado.

― Quando voltarmos para casa, eu espero ter tido minha cota de dificuldades suficientemente preenchida para não ter que lidar com mais nada.

― Então, você não vai ficar com a gente? ― perguntou Diego.

― Nós só temos uma pessoa em comum, isso não faz de nós uma família realmente, eu já tinha uma antes de Reginald ― explicou Nia, se ajeitando e puxando o lençol para seu corpo. Diego se afastou, observando-a. ― Apesar de ser a "família" que me restaram, nós nunca fomos próximos e eu sei o meu lugar.

― Então é isso? ― perguntou Diego. ― Vamos consertar o fim do mundo e você vai dar no pé?

― Sim, é basicamente isso que eu estou tentando te dizer, Diego ― ela deu um pequeno sorriso, levando a mão até o rosto dele e o acariciando. ― Eu não sou quem você está procurando.

― Você nunca saberá ― retorquiu ele, aparentemente frustrado.

― Cinco realmente disse que você era cabeça dura. Tenho que começar a levar o pirralho à sério ― ela disse mais para si mesma do que para Diego. ― Mas, enfim... eu não sou o tipo de que deixa pessoas entrarem na minha vida.

― É, eu já entendi. ― Diego se levantou da cama, pegando as roupas e começando a se vestir. ― Talvez seja melhor levantar, temos muitas coisas para tentar entender sobre o papai.

Quando Diego olhou para trás jogando a camisa preta para Nia, ele viu que a cama estava vazia, sabendo que ela tinha se teletransportado para o outro quarto. Diego, irracionalmente, se questionou se havia alguma realidade em que ela ficava ― e se ficasse, o que aconteceria?

⋯ ⁺ ZERO: UMBRELLA ACADEMY
✿⠀· ☂️⠀. carter dardenne,   2020

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